Fui na exposição de Andy Warhol e vi a perfeição do caos.
Mana selvagem,
Saí da exposição de Andy Warhol com o corpo elétrico. Sabe aquela mistura de desconforto e revelação que só a boa arte provoca? Foi isso.
Fiquei parada diante das polaroides, dos rabiscos, das latas de sopa, dos rostos repetidos… Daquela estética que muita gente ainda chama de banal.
Mas o que eu vi ali foi método. ( Uau, como ele era meticuloso, essencialista, assertivo nos seus elementos criativos.)
Foi coragem.
Foi lucidez.
A obra de Andy exala uma vitalidade absurda. O acabamento. A simetria. A harmonia quase cirúrgica que só ao vivo é possível perceber.Tenho os livros. Já admirava a estética há tempos. Mas ver… sentir… foi outra história.
Percebi que a imagem de caos que eu projetava nele era só um filtro que me impedia de ver a excelência da obra. Mais uma vez… impactada.
Observar um gênio é um exercício de humildade e expansão.
Ir a uma exposição assim é quase um ritual de permissão.
Permissão para enxergar o que antes parecia distante.
A vida de um artista é uma escola completa.E nessa imersão, ficou claro pra mim:
A genialidade nasce quando contradição e convicção decidem fazer um pacto.
Elas não pedem desculpas.
Não exigem coerência.
Elas apenas dançam juntas… e nos obrigam a olhar.
Ter um significado transcende.
Ter uma visão assumida… organiza o talento. E o que antes era só caos… se torna linguagem.
Andy era comercial… e existencial.
Fútil… e filosófico.
Vendia… e questionava quem comprava.
(Quantas vezes esse paradoxo te paralisou?)
A genialidade dele talvez seja exatamente essa: aceitar, em pé de igualdade, suas convicções e suas contradições.
Enquanto muitos passam a vida tentando parecer coerentes,
o gênio entende que coerência… é só uma pausa temporária entre duas versões de si mesmo.
E no meio do caminho, claro… Lá estava a profecia que ele lançou pro mundo:
“No futuro, todo mundo terá seus 15 minutos de fama.”
O futuro chegou.
E a pergunta agora não é mais se você vai ter visibilidade. É como você vai escolher ser lembrada.
Quer ser só mais um rosto na timeline? Ou a mulher que fez da própria expressão… um legado?
(Por favor, não leia isso como uma exigência, mas como um lembrete amoroso da importância que é o seu viver.)
E veio a frase que me atravessou no final da exposição:
“Passa-se muito tempo da vida trabalhando para sobreviver.
É maravilhoso quando você desperta e compreende…
Que veio fazer arte.”
Isso cabe pra arquiteta, pra terapeuta, pra engenheira, pra publicitária, pra gestora…
A arte cabe.
A arte salva.
Onde ela entra… ela transforma.
É como se as cores de Andy Warhol tivessem reativado em mim uma nova vitalidade no meu olhar e no meu sentir.
Fiquei quieta por alguns minutos, deixando que a fúria da sua obra contaminasse minha percepção.
E então, disse pra mim mesma:
Quero mais arte com os meus produtos.
Quero mais arte com os meus processos.
Quero arte com os meus erros, minhas tentativas, minhas versões inacabadas.
Porque o que faz uma criadora ser reconhecida… Não é a perfeição. É a repetição corajosa daquilo que ela já é.
É bancar a própria assinatura…
Mesmo quando parece demais.
Mesmo quando dá medo de soar repetitiva.
(E adivinha? Justamente quando você acha que está exagerando…
É quando o mundo finalmente começa a ouvir.)
E sabe o que mais Warhol nos ensina?
Que por trás de toda estética pop Havia uma Consciência Criativa.
Ele sabia o que estava fazendo. Sabia o impacto que queria gerar. Sabia que provocar o olhar coletivo era também um ato de direção consciente.
E é isso que te desejo agora:
🔥Que a sua expressão venha do instinto… Mas seja conduzida pela sua consciência criativa.
Sempre eu. Nunca a mesma. Nayara Menezes
https://youtu.be/CV4c-nNXoeU?si=HYEXnmUA3IBDtFja
E se isso tudo te atravessou… Se essa conversa entre arte, expressão e presença pública fez sentido aí dentro…
Então, te convido pra aprofundar.
Teremos aula aberta do Club Criadora Selvagem com o tema O direito de ter, reconquistando a autonomia de criar, realizar e receber.
25 de Junho às 19h de Brasília
Uma conversa sobre a posse de quem somos e do que queremos, sobre sair da zona de tentante para a autorização de desfrutar a conquista. Chega de esperar o que nunca chega porque você ainda não se permitiu ter.
Porque querer… todo mundo quer. Mas se autorizar a TER é outro movimento.
Estamos na vida e vamos fazer bonito!